Vincent Carelli
Vincent Carelli (Paris, 1953) é um antropólogo, indigenista e documentarista franco-brasileiro, criador do projeto Vídeo nas Aldeias (1987), que forma cineastas indígenas.
Filho de pai brasileiro, o artista plástico Antonio Carelli, e de mãe francesa, ele nasceu em Paris e se mudou com 5 anos para São Paulo,[1] onde estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo. Desde 1973 está envolvido com projetos de apoio a grupos indígenas no Brasil.[2]
Foi indigenista da Fundação Nacional do Índio. Foi jornalista e repórter fotográfico free-lancer das revistas Isto é, Repórter Três e do jornal Movimento. Foi também editor fotográfico e pesquisador do Projeto Povos Indígenas no Brasil do CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e Informação (sucedido pelo Instituto Socioambiental). No final de 1979, fundou, com um grupo de antropólogos, o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), uma organização independente, sem fins lucrativos, destinada a apoiar projetos voltados aos indígenas. Foi Diretor do Programa de Índio da TV Universidade (co-produção do CTI com a UFMT).
Com sua mulher, a antropóloga paulista Virgínia Valadão (1952 – 1998), iniciou o projeto Vídeo nas Aldeias, em 1986.[3]O projeto, criado no âmbito do CTI, promoveu, ao longo de mais de vinte anos, o encontro dos indígenas com suas imagens, tornando o vídeo um instrumento de expressão da sua identidade e refletir suas visões de mundo. Além de treinar e equipar as comunidades indígenas com equipamentos de vídeo, o projeto estimulou a troca de informações e de imagens entre as nações, que discutiam juntas a maneira de apresentar sua realidade para o resto do mundo.[4]
Em 2009, seu documentário Corumbiara, um longa-metragem que conta a história de um massacre de indígenas ocorrido em 1985 na Gleba Corumbiara, no sul de Rondônia, e a vivência do diretor com os índios isolados, obteve o prêmio de melhor filme do 37º Festival de Cinema de Gramado. Carelli ganhou também o prêmio de melhor diretor, dividido com o cineasta gaúcho Paulo Nascimento.[5]Corumbiara também recebeu o grande prêmio do 11° Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica).[6]
Vincent Carelli é irmão da atriz Chica Carelli (1957), diretora do Teatro Vila Velha, em Salvador (Bahia) [7][8]e irmão do historiador e sociólogo Mario Carelli (1951 – 1994), responsável pela tradução de obras de Machado de Assis e Lucio Cardoso para o francês[9][10]
Atualmente, Vincent vive em Olinda, Pernambuco.