Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem. Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias.

A câmera que acompanha os cinco jovens na periferia de Contagem adentra suas intimidades, seus corpos e suas ações. Ao mesmo tempo deliciosamente espontâneo e rigorosamente construído, “A Vizinhança do Tigre” se faz junto com a errância dos personagens, num processo que se inicia com o diretor, atravessa os garotos e se completa na percepção hipnotizada do espectador.   A vizinhança do tigre apresenta um olhar humano sobre os modos de ser de jovens em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, prolongando estratégias típicas do cinema contemporâneo, com uma mescla entre ficção e documental. Ainda que o contexto de exclusão e de precariedade esteja bastante presente no filme, não há um interesse primordialmente sociológico nesse lugar, mas um desejo de compartilhar o que pulsa dentro das pessoas, estabelecendo uma relação de intimidade com seus personagens, em momentos comuns, sem grandes reviravoltas ou transformações. É um filme sobre a possibilidade do afeto mesmo diante da violência. (Marcelo Ikeda, Cinecasulofilia)