Tania Anaya
Tania Anaya formou-se, graduação e mestrado, na Escola de Belas Artes, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Enquanto era aluna, foi fundado na Escola de Belas Artes o Núcleo de Cinema de Animação de Minas Gerais, fruto do acordo de cooperação técnica Brasil – Canadá / Convênio: Fundação de Cinema Brasileiro, National Film Board of Canada, UFMG, Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais e TV Minas. Tania participou da primeira turma e realizou o curta-metragem, MU, lançado em 1989, no Savassi Cine Clube, BH. Na segunda e última etapa, realizou o curta BALANÇANDO NA GANGORRA, lançado em 1992, no Festival Cinanima (Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho, Portugal). Este curta foi premiado no 5 th International Animation Festival in Japan – Hiroshima’94, em 1994, exibido na mostra: “The best of Hiroshima ’94”: Museum of Fine Arts, EUA, em 1995; – Museum of Modern Art , New York, EUA, em 1995 e em vários outros festivais.[1]
Trabalhou no Estúdio Filmógrafo, na cidade do Porto, Portugal, como animadora no filme OS SALTEADORES[2] (desenho animado, 35 mm, 15 minutos, 1993, direção de Abi Feijó, produção do Instituto Português de Cinema).
Realizou o curta-metragem CASTELOS DE VENTO,[3] premiado com o Tatu de ouro de melhor filme de cinema de animação na 25ª Jornada de Cinema Íbero-Americano da Bahia, em Salvador, em 1998; este curta percorreu uma série de festivais, foi exibido na TV Cultura, Canal Brasil, TV Brasil e foi incorporado ao cervo da Programadora Brasil.
A partir de 2000, atuou como professora de artes, junto ao povo indígena Maxakali (desenho, ilustração e artes gráficas), com os quais elaborou livros e jornais em língua Maxakali. Essa convivência culminou com a realização do filme ÃGTUX,[4] que aborda a produção artística deste povo, lançado em 2005, no Festival de Brasília. Foi premiado, entre outros, no festival International Short Film Festival Oberhausen, Alemanha, maio de 2007.
Tania também trabalhou como ilustradora e artista gráfica numa série de projetos institucionais entre 2003 e 2007, como por exemplo Fundação Cultural Palmares, Ministério da Educação, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Funai, etc. Fez trabalhos – design e vinhetas – para Absolut Vodka, WWF, Casa de Vinho Nieport, etc.
Tania está entre os realizadores entrevistados no livro Subversivos,[5] o desenvolvimento do cinema de animação em Minas Gerais, organização: Sávio Leite, Editora Favela é Isso Aí, 2013.
Tem participado como jurada em festivais (como Brasília, Festival de Curtas de BH, etc), além de editais como Rumos Itaú Cultural, etc.
Atualmente dirige o seu primeiro longa-metragem, NIMUENDAJÚ, animação para adultos e co-dirige o longa, também em animação para adultos, O FILHO DA P*, junto a Otto Guerra, Erica Maradona e Savio Leite.
Filmografia
FILMES
ÃGTUX
Experimental: imagens documentais e animadas, filme 35mm, colorido, 22 min, novembro de 2005, Belo Horizonte / Brasília. Sinopse: Os Maxakali vivem no Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Donos de um notável refinamento plástico e sonoro revelados em desenhos, pinturas, roupas, cantos, poemas, os Maxakali, como a maior parte dos povos indígenas do Brasil, vivem sob uma sombra de miséria, vastamente divulgada pelos jornais e tevês. O filme busca o que falta nas notícias: a riqueza de seus grafismos, de sua língua, de sua vida cotidiana. Ãgtux significa “contar histórias”. Produtoras: Anaya e Filmegraph; Direção: Tania Anaya; Prêmios: Melhor Montagem Brasileira, prêmio do jári official, 8º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, julho de 2006; Seleção dos 10 melhores filmes pelo voto popular do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema 2006, nov/dez de 2006; Melhor Documentário do II Festival Latino Americano de Vídeo Ambiental da Chapada Diamantina, Bahia, novembro de 2006; Prêmio do 53º International Short Film Festival Oberhausen, Alemanha, maio de 2007; Troféu Pinhão de Melhor Filme Documentário e Melhor Filme do Festival pela Crítica Especializada, do 10° Festival de Cinema, Vídeo e Dcine de Curitiba 2007.
CASTELOS DE VENTO
Desenho animado, filme 35 mm, 8 min, Belo Horizonte, 1998. Sinopse: Destruir casas e arrastar pessoas pode ser obra do vento, ou do amor. Produtoras: Anaya e Itabira Filmes; Direção; Produção: Tania Anaya; Prêmios: 1º Concurso de Projetos para Filmes Curtas-Metragens do Ministério da Cultura, 1997; 25ª Jornada de Cinema Íbero-Americano da Bahia, Salvador, 1998, TATU DE OURO para melhor filme de cinema de animação.
BALANÇANDO NA GANGORRA
Desenho animado, filme 16 mm, 5 min, Belo Horizonte, 1992. Sinopse: Em definitivo, o amor é sempre sofreguidão. Narciso e seu amor não poderiam disso escapar. A noite é escura e os espelhos não têm mais inverso, nem direito. Direção, story board, animação e arte final: Tania Anaya; Prêmio: 5th International Animation Festival – HIROSHIMA ‘94, agosto de 1994, Japão; Produção: Núcleo Regional de Cinema de Animação de MG e Departamento de Fotografia e Cinema da Escola de Belas Artes / UFMG; Cooperação Técnica entre Brasil e Canadá: Fundação de Cinema Brasileiro, National Film Board of Canada, UFMG, TV Minas.
MU
Desenho animado, filme 16 mm, 1min e 40 seg, Belo Horizonte, 1989. Sinopse: Ensaio sobre uma pintura rupestre: caçada ao bizão. Direção, story board, animação e arte final: Tania Anaya; Produção: Núcleo Regional de Cinema de Animação de MG e Departamento de Fotografia e Cinema da Escola de Belas Artes / UFMG; Cooperação Técnica entre Brasil e Canadá: Fundação de Cinema Brasileiro, National Film Board of Canada, UFMG, TV Minas.
DOCUMENTÁRIOS INSTITUCIONAIS
CORAÇÃO TAMBOR
Documentário, 30 min, 2012, Belo Horizonte. DVD contendo vídeo de 30’, depoimentos, cenas extras e músicas. Sinopse: Cotidiano do baterista belorizontino Esdra Ferreira, conhecido por Nenêm. O filme acompanha os bastidores das gravações do CD, observando o processo de produção entre amigos de longa data: Toninho Horta, Mauro Rodrigues e Juarez Moreira. Realização: Bangalô Produções / Natura Musical; Produtoras: Anaya e Teia+Anavilhana; Direção:Clarissa Campolina e Tania Anaya; roteiro: Anna Flávia Dias Salles.
HONRADOS AMAROS BENDITOS
Documentário, 30 min, 2004, Brasília. DVD contendo vídeo de 30’, depoimentos, cenas extras, galeria de pinturas, fotos e músicas, documentos históricos. Sinopse: A Família dos Amaros descende de Amaro Pereira das Mercês, escravo liberto que comprou terras erodidas e abandonadas nos arredores de Paracatu em fins do século XVII, após a decadência do ouro. Nessa terra, Pituba, formou sua família, dançou suas festas, plantou sua roça, criou seus poucos animais. Hoje, os Amaros vivem num bairro na periferia da cidade pois foram expulsos de suas terras de origem por fazendeiros locais, mas seguem plantando, criando animais e produzindo arte em seus pequenos quintais… E dançando a CARETADA, uma mascarada em que os homens se enfeitam com fitas e cores para louvar, durante 24 horas initerruptas, a virtude de São João. Realização: Fala Negra e Fundação Cultural Palmares; Produtoras: Anaya e Cine Teatro Santo Antônio; Direção: Tania Anaya.